Naqueles dias [...] chegou o tempo do parto. Ela deu à luz o
seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque
não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região pastores que
passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor lhes
apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. [...] O anjo então lhes
disse: "Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria [...]: hoje,
na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! [...]"
Comentário.
O texto do evangelho desta noite de Natal se oferece mais à nossa contemplação que à nossa reflexão. Somente duas ideias, mais pastorais que exegéticas. "Não havia lugar para eles na hospedaria". Depois de longa viagem de Nazaré a Belém, o que mais se poderia desejar seria um bom lugar para descançar, ainda mais que está nos dias de dar à luz. Uma das tantas grutas que irá acolher o Filho de Deus, que se fez carne no seio da Virgem Maria. Este fato, certamente, prepara o anúncio de "uma grande alegria" aos pastores. Mas a notícia de que não havia lugar para eles na hospedaria deveria despertar, no leito ou no ouvinte do evangelho desta noite santa, o desejo de acolhê-lo, o desejo de que ele tenha abrigo e proteção, o desejo de contemplá-lo e servi-lo, o empenho de abrir espaço na vida para que ele permaneça conosco, ele que é o Emanuel. De pecadores e impuros, em razão da própria profissão, os pastores são os primeiros destinatários da Boa-Nova. Os pastores passam a ser símbolos da Igreja portadora desta grande alegria e envida a proclamar as maravilhas que Deus fez por seu povo em Jesus Cristo. "Glória a Deus no mais alto dos céus".
Natal, 25 de dezembro de 2013
Irineu Maciel de Medeiros,mchfm.
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