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sábado, 3 de abril de 2010

A vida comunitária e familiar na Bíblia



A grande revelação que Jesus Cristo veio anunciar é que o Deus dos cristãos é um Deus trindade, Deus família (A.R. 97). "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30); "o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que pedirem" (Lc 11,13b).

Maria nos ajuda a olhar para Jesus e dele aprender e exercer a autoridade como serviço à comunidade (A.R.113). Com a intervenção dela, "eles não têm mais vinho" e a recomendação aos servos, "fazei tudo o que ele os disser" (Jo 2,3-4), intercede junto ao Filho pelas pessoas em necessidade. A atitude de Maria alerta-nos sobre a importância da dimensão solidária na comunidade, sugerindo-nos um caminho.

A visão de Igreja dos primeiros Irmãos era segundo o modelo dos primeiros cristãos. Era uma Igreja Mariana, tendo Maria, como intercessora junto dos apóstolos, para a vinda do Espirito Santo e como presença de coração materno. Uma mãe que respeita a caminhada de cada pessoa. É conforto e apoio para quem apresenta dúvidas e incertezas espirituais (114). "Todos, unânimes, perseveraram na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus" (At 1,14).

A comunidade, como a família, dom do Espiríto Santo, é um espaço para nutrir nossa vida no Espírito. Um lugar para encorajarmo-nos, apoiarmo-nos mutuamente, tornando nossas comunidades e nossas famílias, escolas de fé, para nós mesmos, para os jovens e para as pessoas em busca de Deus. Assim a experiência fraterna de Deus torna-se pão a ser repartido (A.R.117). "Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos o Templo e partiam o pão pelas casas" (At 2,46).

A forma como nos relacionamos no grupo, chamando-nos de irmãos e irmãs, expressa a riqueza de nosso relacionamento interpessoal. Quem nos vê tratando-nos com respeito, de forma despretensiosa, gentil e sincera, fica estimulado a fazer o mesmo. Esse jeito simples e transparente de nos acolher desperta a esperança de dias melhores. O respeito pelas diferenças enriquece a comunhão (A.R.120) e torna o outro especial, único, "Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes anos uns pelos outros" (Jo 14,35).

A vida em comum, na família ou na comunidade, é apoio e desafio para a missão. A vida partilhada nos leva a discernir uma resposta comum para os envios de Deus frente às necessidades dos outros. "Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos..."(Mt 28,19). Assim, tornamo-nos pão de vida para os outros, como o foi Jesus para nós (A.R.107) .

Ir. Miro L. Reckziegel, fms

Manancial Marista. Ano IX - nº 44 - 2008.

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