Mãe da Igreja.
Diz-se que o
evangelista Lucas colheu dos lábios de Nossa Senhora muitas informações sobre a
infância, adolescência e juventude de Jesus. As tradições da Igreja Oriental
mostram em suas devoções a presença constante de Maria. A história da Igreja
Universal atesta a influência da figura de Maria foi acolhida e reverenciada
sempre como Mãe da Igreja.
Começou na hora
dolorosa da Cruz. Cristo crucificado diz à sua mãe: Mãe, (indicando com os
olhos João) eis aí teu filho. E, para João, mostrando Maria: Filho,
eis aí tua mãe (Jo 19,26-27). Sempre se entendeu que João representava
todos nós, a Igreja.
Maria é a Mãe da Igreja
de Cristo. Mãe carinhosa, protetora, amiga. Em épocas difíceis para toda a
Igreja, fatos extraordinários demonstram como Maria exerceu muito bem essa
maternidade.
Na vida de muitos
santos, no seu trabalho junto às pessoas, principalmente àquelas afastadas da
fé ou enfraquecidas por seu egoísmo, a invocação do nome de Maria encaminhou-as
para uma renovação de suas vidas.
Mãe da Graça Divina
Parece outra
contradição...Tomemos, porem, por graça, a maneira de Deus nos mostrar seu
amor. É como um presente de Deus, um elogio, um apoio, uma ideia boa, a solução
busca. E, considerando Deus como o melhor dos pais e o amigo mais compreensivo,
ele empregará todos os meios para que sintamos de perto sua dedicação.
Uma vez que Maria
cumpriu tão bem seu papel de Mãe do Filho de Deus, para todos ela é mensageira
desse interesse e carinho de Deus para nós. Ninguém melhor que Maria saberá
unir Deus anos e nós a Deus.
Certa mãe de família
preocupava-se com um filho adolescente rebelde e pouco ligado aos pais. Tentou
vários meios. Rezou muito a Nossa Senhora. Nada conseguia. A namorada dele,
inteligentemente e simpática, deu de presente para ele uma pequena imagem de
Nossa Senhora das Graças, com um bilhete: “Esta é minha amiga de sempre”.
Bastou isso para tocar o coração do rapaz e melhorou sua vida.
Ser mãe da Graça Divina
é uma alegria para Maria. Com seu jeito meigo e carinhoso conquistará qualquer
pessoa para aproximá-la de Deus.
Os homens continuam
recebendo Cristo por Maria.
Mãe Puríssima
Quero pensar aqui em
pureza no sentido de coração liberto de malicia, de maldade. Pensamento que vê
e conhece sem julgar pelas aparências, sem pôr intenções suposta que não são
comprovadas.
Quando o anjo Gabriel
saudou Maria, dando-lhe o nome de Cheia de Graça (Lc 1,28), ele
mostrava os pensamentos e sentimentos de Maria todos envoltos na amizade com
Deus. Tudo nela refletia o Deus está contigo (Lc 1,28).
Visitando um destróier
moderníssimo, mostram-me no convés saídas minúsculas por onde, em
ocasião de defesa contra guerra química, seria uma “neblina” que envolveria
todo o destroier, protegendo-o do ataque químico ou bacteriológico.
Maria estava
constantemente como que envolvida pela neblina
do amor de Deus. Sua pureza de coração era a simplicidade que manifestava.
Devia ser agradável conviver com Maria, Calma, tranquila, segura – uma amizade
solícita, facilitando a aproximação por seu espirito que nada exige em troca.
Tendo seu coração
satisfeito com a certeza de que Deus gostava dela, sabia servir alegre a todos
para repartir sua felicidade. Cristal puro refletindo luz e calor do sol do
amor divino.
Mãe Imaculada
Deus coloca na vida dos
homens uma grande necessidade de sua presença. Herdamos, porém, dificuldades
para nos aproximar de Deus. Nascemos como que fora da Casa do Pai. A entrada, a
volta para esse lar de Deus, hoje, consegue-se por meio de Cristo, através do
batismo em sua Igreja. Como o gesto do afastamento dos primeiros pais foi
iniciativa deles, assim nós precisamos ser reintegrados na Casa e Família de
Deus pelo nosso gesto sincero da busca de Deus e da aceitação de pertencer
totalmente à sua família.
Nesta terra, Maria
pertencia inteiramente a Deus. Foi a primeira redimida por seu Filho. Em vista
do grande amor que ela iria dar a Jesus, Deus Pai a fez desde o começo toda
aberta à luz do amor divino.
Conversando com um
engenheiro, falou-me sobre Deus amou tanto os homens que lhes enviou
seu próprio Filho (1Jo 4,9). Suas palavras simples sobre a bondade de
Deus, faziam-me sentir Deus bem perto. Nem parecíamos estar na terra: a paz, a
alegria tomavam conta de nós. Ficamos horas assim.
Devia ser essa a impressão
de quem conversava com Maria, a Imaculada, toda imersa no Amor.
Mãe Amável
Justino, alegre e vivo,
saiba conviver com seus colegas. Seu humor desfazia qualquer mal-entendido.
Tinha uma maneira de cativar pela simpatia natural. Um dia conheci sua mãe,
viúva. Era aquela suave amabilidade. Qualquer problema, às vezes diante de sua
calma e tranquilidade quando dizia: “Vem cá, vamos buscar juntos uma saída”,
encontra rápida solução.
Ser amável não é
mascara-sorridente escondendo o verdadeiro sentimento. Ser amável é estado de
espirito de quem ama de verdade a tal ponto que sempre está bem-disposto. É a
capacidade e facilidade de querer sempre o bem dos outros.
Quando o anjo chamou
Maria de “cheia de graça”, quis significar sua amabilidade, sua graça
atraente, mas não somente isso. Quis também significar como Deus, que é Amor,
participava profundamente de sua vida.
Maria, Mãe Amável,
foi-nos entregue pela devoção tradicional de nossa religião. E vem dos
primeiros tempos.
As devoções marianas
populares exercem um atrativo muito grande para as crianças, porque a figura de
Maria é apresentada cativando-as com sua amável simpatia. Aprendamos a lição
delas.
Mãe Admirável
Ela acordava às 3,30h,
preparava a refeição dos filhos. Saía no trem da 4,30h para o Rio. Todos
conheciam seu sacrifício e responsabilidade mãe viúva e operaria. Era estimada
por todos.
Admiramos Maria e a
louvamos. Encanta-nos sua influência materna na história dos cristãos. A
Ave-Maria tão simples multiplica-se nos lábios de sábios e ignorantes, de
pobres e ricos, de gente com saúde ou sofredora. É o elogio-súplica tão fácil
que cada um pode dirigir à Mãe do Cristo.
Admiramos Maria, tão
jovem, ser exemplo vivo de amor a Cristo. Sua segurança no meio de situações
difíceis merece elogios. Sua fé valorizou-se mais ainda no final da vida de
Jesus. São João diz uma frase que resume tudo: Ela estava de pé junto à cruz. Temos
orgulho de ter Maria como Mãe: sofredora, mas fiel. Já havia aceitado tudo
antes, com seu faça-se... Agora confirma sua decisão.
Quantas mães de amigos
conhecemos, sentido de perto seu carinho e amor, sua dedicação. Dizemos: “Que
mãe maravilhosa você tem”!
Admiramos Maria e com
isso abrimos caminho para o encontro com Cristo, de quem ela recebe todo o
encanto que nos seduz.
Mãe do Bom Conselho
O conselho é uma forma
amiga e fraterna de interessar-nos pelos outros. É um dom do Espirito Santo. O
conselho pode ser fruto de experiência pessoal, de estudo, da maneira de ser da
pessoa sempre voltada para o bem dos outros.
É muito próprio das
mães. Guardando até hoje as tardes de infância quando, após o banho, sentávamos
na cama para ouvir histórias e conselhos de nossa mãe. Isso, anos a fio, foi
formando nossa personalidade.
O amor a Nossa Senhora
nos reúne em orações pessoais, familiares, comunitárias (novenas, ladainhas)
para pedir-lhe proteção, apresentar nossas súplicas e lembra-nos de sua vida
muito ligada a Deus e atenciosa para com todos.
Conheci casos difíceis,
situações confusas em que as pessoas, recorrendo à Mãe de Deus, encontraram
soluções ou saídas melhores.
Parece que há no plano
de Deus uma participação frequente do carinho da Mãe do Bom Conselho para
iluminar as pessoas que nela confiam.
O Espirito Santo
iniciou de forma milagrosa a transformação de Maria em Mãe de Deus, e a
encaminhou para continuar agindo assim juntos a nós.
Virgem Prudentíssima
Prudência pode parecer
medo, covardia, omissão. Ou: pensar antes de agir, usar da liberdade para
escolher o melhor, tentar contornar problemas, saber esperar ocasião melhor,
luz mais clara.
O anjo disse à Maria: Vais
ser a Mãe de Deus (Lc 1,31). Ela não respondeu: “Obrigado, não sou
digna”. Pensando na oferta de sua vida a Deus, perguntou somente: Como
vai ser isso? ... Nada disse a
José nem à Isabel, sua prima. Não pergunta sobre a educação de Jesus. Não
reclama de dar à luz numa estrebaria. Mostra-se mulher prudente, que pensa no
que faz.
D. Joana, inexperiente
da empresa do marido, viu este falecer. Assumiu o trabalho com segurança, até
equilibrar tudo. Tempos depois casou suas duas filhas muito bem. A prudência a
guiou.
Maria leva além os
“conselhos”. Pelo exemplo de sua fé e pela confiança que nela depositamos,
sentimo-nos guiados em todas as ocasiões.
Precisamos da
prudência: acumulam-se decisões e nem sempre sabemos escolher. Ou não temos
paciência para esperar amadurecer o que tentamos solucionar com tanta pressa.
Prudência pede tempo.
Virgem muito Prudente,
assiste-nos!
Sede da Sabedoria.
A afirmação de Deus: Meu prazer é estar os
filhos dos homens (Pr. 8,31) realiza-se de maneira completa em Maia. Ela é a
maneira como Deus indica-nos o caminho da vida e o melhor modo de vive-la. A
Maria foi entregue Jesus, a sabedoria do Pai.
Alberto, muito jovem,
por força de circunstâncias, foi-se entrosando na administração da empresa de
seu pai. Todos sentiam algo diferentes na sua rica personalidade. Mostrou cedo
discernimento diante dos problemas e achava sempre soluções rápidas e justas,
aguardando a todos.
Firmar-nos na sabedoria
dos outros é garantia de escolhas mais felizes.
Com dificuldades na
construção de uma capela em terreno problemático, eu andava com dúvidas. Conversando
com um engenheiro amigo, esclareci-me, decidindo pela solução proposta: pareceu
a melhor.
A sabedoria como dom do
Espirito descobre logo o que convém, facilitar a execução r dá satisfação ao
conseguirmos o que desejávamos.
Descubramos com Maria
como conduzir nossa vida em sabedoria, como o fez com Cristo (Lc 2,52).
Postado: Irineu Maciel de Medeiros.
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