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domingo, 24 de junho de 2012

DIA 23 VIGÍLIA SÃO JOÃO BATISTA

A celebração desta vigília nos introduz na solenidade de João Batista, querecebeu de Jesus grande elogio: o maior entre os nascidos de mulhere. São João encontra-se no coração das festas juninas, marcadas pela alegria e pela certeza de que Deus é misericordioso com os empobrescidos.
ORAÇÃO DO DIA
Concedei, Deus todo poderoso, que a vossa família siga pelo caminho da salvação e, atenta às exortações de São João Batista, chegue ao redentor que ele anunciou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém!
NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA.
Dia 24 o nascimento de João Batista.
João é filho de Zacarias, mudo, e de Isabel, estéril. Seu nascimento anuncia a chegada dos tempos messiânicos, quando a esterilidade se torna fecundidade e a mudez, exuberância profética. João vai acolher Jesus e se torna o primeiro anunciador do Cordeiro que tira os pecados do mundo.
ORAÇÃO DO DIA.
Ó Deus, que suscitastes São João Batista, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi nossos passos no caminho da salvação e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espirito Santo.
Amém!
MChFM - Fraternidade Nossa Senhora da Apresentação.
Irineu Maciel de Medeiros.
SEMANÁRIO LITÚRGICO-CATEQUÉTICO.

sábado, 23 de junho de 2012

JOÃO É SEU NOME


Nascimento de João Batista

João nasceu numa pequena aldeia chamada Aim Karim, a cerca de seis quilômetros lineares de distância a oeste de Jerusalém. Segundo interpretações do Evangelho de Lucas, era um nazireu de nascimento. Outros documentos defendem que pertencia à facção nazarita da Palestina, integrando-a na puberdade, era considerado, por muitos, um homem consagrado. De acordo com a cronologia neste artigo, João teria nascido no ano 7 a.C.; os historiadores religiosos tendem a aproximar esta data do ano 1º, apontando-a para 2 a.C..
Como era prática ritual entre os judeus, o seu pai Zacarias teria procedido à cerimónia da circuncisão, ao oitavo dia de vida do menino. A sua educação foi grandemente influenciada pelas ações religiosas e pela vida no templo, uma vez que o seu pai era um sacerdote e a sua mãe pertencia a uma sociedade chamada "as filhas de Araão", as quais cumpriam com determinados procedimentos importantes na sociedade religiosa da altura.
Aos 6 anos de idade, de acordo com a educação sistemática judaica, todos os meninos deveriam iniciar a sua aprendizagem "escolar". Em Judá não existia uma escola, pelo que terá sido o seu pai e a sua mãe a ensiná-lo a ler e a escrever, e a instruí-lo nas actividades regulares.
Aos 14 anos há uma mudança no ensino. Os meninos, graduados nas escolas da sinagoga, iniciam um novo ciclo na sua educação. Como não existia uma escola em Judá, os seus pais terão decidido levar João a Engedi (atual Qumram) com o fito de este ser iniciado na educação nazarita.
João terá efectuado os votos de nazarita que incluíam abster-se de bebidas intoxicantes, o deixar o cabelo crescer, e o não tocar nos mortos. As ofertas que faziam parte do ritual foram entregues em frente ao templo de Jerusalém como caracterizava o ritual.
Engedi era a sede ao sul da irmandade nazarita, situava-se perto do Mar Morto e era liderada por um homem, reconhecido, de nome Ebner


 Morte dos pais e início da vida adulta
O pai de João, Zacarias, terá morrido no ano 12 d.C.. João teria 18-19 anos de idade, e terá sido um esforço manter o seu voto de não tocar nos mortos. Com a morte do seu pai, Isabel ficaria dependente de João para o seu sustento. Era normal ser o filho mais velho a sustentar a família com a morte do pai. João seria filho único. Para se poder manter próximo de Engedi e ajudar a sua mãe, eles terão se mudado, de Judá para Hebrom (o deserto da Judeia). Ali João terá iniciado uma vida de pastor, juntando-se às dezenas de grupos ascetas que deambulavam por aquela região, e que se juntavam amigavelmente e conviviam com os nazaritas de Engedi.
Isabel terá morrido no ano 22.d.C e foi sepultada em Hebrom. João ofereceu todos os seus bens de família à irmandade nazarita e aliviou-se de todas as responsabilidades sociais, iniciando a sua preparação para aquele que se tornou um “objectivo de vida” - pregar aos gentios e admoestar os judeus, anunciando a proximidade de um “Messias” que estabeleceria o “Reino do Céu”.
De acordo com um médico da Antioquia, que residia em Písia, de nome Lucas, João terá iniciado o seu trabalho de pregador no 15º ano do reinado de Tibério. Lucas foi um discípulo de Paulo, e morreu em 90. A sua herança escrita, narrada no "Evangelho segundo São Lucas" e "Actos dos Apóstolos" foram compiladas em acordo com os seus apontamentos dos conhecimentos de Paulo e de algumas testemunhas que ele considerou. Este 15º ano do reinado de Tibério César terá marcado, então, o início da pregação pública de João e a sua angariação de discípulos por toda a Judeia em acordo com o Novo Testamento.
Esta data choca com os acontecimentos cronológicos. O ano 15 do reinado de Tibério ocorreu no ano 29 d.C.. Nesta data, quer João Baptista, quer Jesus teriam provavelmente 36 a 37 anos de idade. Desta forma, considera-se que Lucas tenha errado na datação dos acontecimentos.


 Influência religiosa
É perspectiva comum que a principal influência na vida de João terá sido o registros que lhe chegaram sobre o profeta Elias. Mesmo a sua forma de vestir com peles de animais e o seu método de exortação nos seus discursos públicos, demonstravam uma admiração pelos métodos antepassados do profeta Elias. Foi muitas vezes chamado de “encarnação de Elias” e o Novo Testamento, pelas palavras de Lucas, refere mesmo que existia uma incidência do Espírito de Elias nas acções de João.
O Discurso principal de João era a respeito da vinda do Messias. Grandemente esperado por todos os judeus, o Messias era a fonte de toda as esperanças deste povo em restaurar a sua dignidade como nação independente. Os judeus defendiam a ideia da sua nacionalidade ter iniciado com Abraão, e que esta atingiria o seu ponto culminar com achegada do Messias. João advertia os judeus e convertia gentios, e isto tornou-o amado por uns e desprezado por outros.
Importante notar que João não introduziu o batismo no conceito judaico, este já era uma cerimónia praticada. A inovação de João terá sido a abertura da cerimónia à conversão dos gentios, causando assim muita polémica.
Numa pequena aldeia de nome “Adão” João pregou a respeito “daquele que viria”, do qual não seria digno nem de apertar as alparcas (as correias das sandálias). Nessa aldeia também, João acusou Herodes e repreendeu-o no seu discurso, por este ter uma ligação com a sua cunhada Herodíades, que era mulher de Filipe, rei da Ituréia e Traconites (irmão de Herodes Antipas I). Esta acusação pública chegou aos ouvidos do tetrarca e valeu-lhe a prisão e a pena capital por decapitação alguns meses mais tarde.


 O batismo de Jesus


João batizava em Pela, quando Jesus se aproximou, na margem do rio Jordão. A síntese bíblica do acontecimento é resumida, mas denota alguns fatores fundamentais no sentimento da experiência de João. Nesta altura João encontrava-se no auge das suas pregações. Teria já entre 25 a 30 discípulos e batizava judeus e gentios arrependidos. Neste tempo os judeus acreditavam que Deus castigava não só os iníquos, mas as suas gerações descendentes. Eles acreditavam que apenas um judeu poderia ser o culpado do castigo de toda a nação. O batismo para muitos dos judeus não era o resultado de um arrependimento pessoal. O trabalho de João progredia
Os relatos Bíblicos contam a história da voz que se ouviu, quando João batizou Jesus, dizendo “este é o Meu filho amado no qual ponho toda a minha complascência”. Refere que uma pomba esvoaçou sobre os dois personagens dentro do rio, e relacionam essa ave com uma manifestação do Espírito Santo. Este acontecimento sem qualquer repetição histórica tem servido por base a imensas doutrinas religiosas.


 Prisão e morte
Decapitação de João Batista
O aprisionamento de João ocorreu na Pereia, a mando do Rei Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 d.C.. Ele foi levado para a fortaleza de Macaeros (Maqueronte), onde foi mantido por dez meses até ao dia de sua morte. O motivo desse aprisionamento apontava para a liderança de uma revolução. Herodias, por intermédio de sua filha, tradicionalmente chamada de Salomé, conseguiu coagir o Rei na morte de João, e a sua cabeça foi-lhe entregue numa bandeja de prata.
Os discípulos de João trataram do sepultamento do seu corpo e de anunciar a sua morte ao seu primo Jesus.
MChFM - Fraternidade Nossa Senhora da Apresentação.
Irineu Maciel de Medeiros.

domingo, 17 de junho de 2012

11º DOMINGO COMUM

Neste domingo da parábula da semente lançada à terra, somos convidados a depositar toda a confiança em Jesus, que lançou a semente do reino de Deus. A páscoa de Jesus se manifesta na vida dos pobres que estão abertos à ação de Deus e nos pequenos gestos que revelam a presença do reino no mundo.
                                                                            

Evangelho (Marcos 4,26-34) - Vem abrir nosso coração, Senhor! Ó Senhor, abre o nosso coração, e, então, da palavra do teu Filho vamos ter, o senhor, compreensão.



Naquele tempo, Jesus disse à multidão: "O reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acordar, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o frutor; primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e por fim, os grãos que enchem a espiga.. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheta chegou". E Jesus continuou: com que mais poderemos comparar o reino  de Deus? Que parábola usaremos para represntá-lo? O reino de Deus é como um grão de mostarda, que, ao sermsemeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce, e se torna maior do que todas as hortaliças e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podemos abrigar-se  à sua sombra". Jesus anunciava a palavra usando muitas parábulas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábulas, mas, quando estava sozinho com discípulos, explicativa tudo.
Palavra do senhr.
MChFM - Fraternidade Nossa Senhora da Apresentação.
Irineu Maciel de Medeiros.


                                                                                 
                                                                                
                                                                                  

domingo, 10 de junho de 2012

10º  DOMINGO COMUM


10º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Neste 10º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus leva-nos

a meditar sobre a nossa resposta de vida ao projeto de Deus para

nós, na liberdade de optar pelo bem e pelo mal.

O Evangelho centra o nosso olhar na pessoa de Jesus, que os seus

conterrâneos, entre eles tantos familiares, não aceitaram como

enviado de Deus e não perceberam, até se opuseram, à vontade de

Deus revelada em Jesus. Na caminhada da fé, cada um é livre de

optar: ou ficar pelos dispersos sentidos de vida, ou permanecer na

única família de Jesus, de «quem quiser fazer a vontade de Deus».

A segunda leitura realça que, para o cristão, viver só faz sentido na

certeza da ressurreição, na caminhada de vida interior que se

renova dia a dia em perspectiva da eternidade.

Neste horizonte neo-testamentário, meditemos em particular a

primeira leitura que nos mostra, recorrendo à história mítica de

Adão e Eva, o que acontece quando rejeitamos as propostas de

Deus e preferimos caminhos de egoísmo, de orgulho e de autossuficiência…

Viver à margem de Deus leva, inevitavelmente, a trilhar caminhos de sofrimento, de destruição, de infelicidade e de morte.



MENSAGEM

A nossa leitura começa com a “investigação” de Deus… Antes de

proferir a sua acusação, Deus – o acusador e juiz – investiga,

descobre e estabelece os fatos.

Primeira pergunta feita por Deus ao homem: “onde estás?” A

resposta do homem é já uma confissão da sua culpabilidade: “ouvi

o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo

e escondi-me” (vers. 9-10). A vergonha e o medo são sinal de uma

perturbação interior, de uma ruptura com a anterior situação de

inocência, de harmonia, de serenidade e de paz. Como é que o

homem chegou a esta situação? Evidentemente, desobedecendo a

Deus e percorrendo caminhos contrários àqueles que Deus lhe

havia proposto. A resposta do homem trai, portanto, o seu segredo

e a sua culpa.

Depois desta constatação, a segunda pergunta feita por Deus ao

homem é meramente retórica: “terias tu comido dessa árvore, da

qual te proibira de comer?” (vers. 11). A árvore em causa – a

“árvore do conhecimento do bem e do mal” – significa o orgulho, a

auto-suficiência, o prescindir de Deus e das suas propostas, o

querer decidir por si só o que é bem e o que é mal, o pôr-se a si

próprio em lugar de Deus, o reivindicar autonomia total em relação

ao criador. A situação do homem, perturbado e em ruptura, é já

uma resposta clara à pergunta de Deus… É evidente que o homem

“comeu da árvore proibida” – isto é, escolheu um caminho de

orgulho e de auto-suficiência em relação a Deus. Daí a vergonha e

o medo.

Ao defender-se, o homem acusa a mulher e, ao mesmo tempo,

acusa veladamente o próprio Deus pela situação em que está (“a

mulher que me deste por companheira deu-me do fruto da árvore e

eu comi” – vers. 12). Adão representa essa humanidade que,

mergulhada no egoísmo e na auto-suficiência, esqueceu os dons de

Deus e vê em Deus um adversário; por outro lado, a resposta de

Adão mostra, igualmente, uma humanidade que quebrou a sua

unidade e se instalou na cobardia, na falta de solidariedade, no

ódio. Escolher caminhos contrários aos de Deus não pode senão

conduzir a uma vida de ruptura com Deus e com os outros irmãos.

Vem, depois, a “defesa” da mulher: “a serpente enganou-me e eu

comi” (vers. 13). Entre os povos cananeus, a serpente estava ligada

aos rituais de fertilidade e de fecundidade. Os israelitas deixavamse

fascinar por esses cultos e, com freqüência, abandonavam

Jahwéh para seguir os rituais religiosos dos cananeus e assegurar,

assim, a fecundidade dos campos e dos rebanhos. Na época em

que o autor jahwista escreve, a serpente era, pois, o “fruto proibido”,

que seduzia os crentes e os levava a abandonar a Lei de Deus. A

“serpente” é, neste contexto, um símbolo literário de tudo aquilo que

afastava os israelitas de Jahwéh. A resposta da “mulher” confirma

tudo aquilo que até agora estava sugerido: é verdade, a

humanidade que Deus criou prescindiu de Deus, ignorou as suas

propostas e enveredou por outros caminhos. Achou, no seu

egoísmo e auto-suficiência, que podia encontrar a verdadeira vida à

margem de Deus, prescindindo das propostas de Deus.

Diante disto, não são precisas mais perguntas. Está claramente

definida a culpa de uma humanidade que pensou poder ser feliz em

caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, totalmente à margem

dos caminhos que foram propostos por Deus.

Que tem Deus a acrescentar? Pouco mais, a não ser condenar

como falsos e enganosos esses cultos e essas tentações que

seduziam os israelitas e os colocavam fora da dinâmica da Aliança

e dos mandamentos (vers. 14-15). O nosso catequista jahwista

sabe que a serpente é um animal miserável, que passa toda a sua

existência mordendo o pó da terra. O autor vai servir-se deste dado

para pintar, plasticamente, a condenação radical de tudo aquilo que

leva os homens a afastar-se dos caminhos de Deus e a enveredar

por caminhos de egoísmo e de auto-suficiência.

O que é que significa a inimizade e a luta entre a “descendência” da

mulher e a “descendência” da serpente? Provavelmente, o autor

jahwista está, apenas, a dar uma explicação etiológica (uma

“etiologia” é uma tentativa de explicar o porquê de uma determinada

realidade que o autor conhece no seu tempo, a partir de um

pretenso acontecimento primordial, que seria o responsável pela

situação atual) para o fato de a serpente inspirar horror aos

humanos e de toda a gente lhe procurar “esmagar a cabeça”; mas a

interpretação judaica e cristã viu nestas palavras uma profecia

messiânica: Deus anuncia que um “filho da mulher” (o Messias)

acabará com as conseqüências do pecado e inserirá a humanidade

numa dinâmica de graça.

Atenção: o autor sagrado não está a falar de um pecado cometido

nos primórdios da humanidade pelo primeiro homem e pela primeira

mulher; mas está a falar do pecado cometido por todos os homens

e mulheres de todos os tempos… Ele está apenas a ensinar que a

raiz de todos os males está no facto de o homem prescindir de

Deus e construir o mundo a partir de critérios de egoísmo e de autosuficiência.

Não conhecemos bem este quadro?

ATUALIZAÇÃO

• Um dos mistérios que mais questiona os nossos contemporâneos é o mistério do mal… Esse mal que vemos, todos os dias, tornar sombria e deprimente essa “casa” que é o mundo, vem de Deus, ou vem do homem? A Palavra de Deus responde: o mal nunca vem de

Deus… Deus criou-nos para a vida e para a felicidade e deu-nos todas as condições para imprimirmos à nossa existência uma dinâmica de vida, de felicidade, de realização plena.

• O mal resulta das nossas escolhas erradas, do nosso orgulho, do nosso egoísmo e auto-suficiência. Quando o homem escolhe viver orgulhosamente só, ignorando as propostas de Deus e prescindindo do amor, constrói cidades de egoísmo, de injustiça, de prepotência, de sofrimento, de pecado… Quais os caminhos que eu escolho? As propostas de Deus fazem sentido e são, para mim, indicações seguras para a felicidade, ou prefiro ser eu próprio a fazer as minhas escolhas, à margem das propostas de Deus?

O nosso texto deixa também claro que prescindir de Deus e caminhar longe d’Ele, leva o homem ao confronto e à hostilidade com os outros homens e mulheres. Nasce, então, a injustiça, a exploração, a violência. Os outros homens e mulheres deixam de ser irmãos, para passarem a ser ameaças ao próprio bem-estar, à própria segurança, aos próprios interesses. Como é que eu me situo face aos meus irmãos? Como é que eu me relaciono com aqueles que são diferentes, que invadem o meu espaço e interesses, que me questionam e interpelam?

• O nosso texto ensina, ainda, que prescindir de Deus e dos seus caminhos significa construir uma história de inimizade com o resto da criação. A natureza deixa de ser, então, a casa comum que Deus ofereceu a todos os homens como espaço de vida e de felicidade, para se tornar algo que eu uso e exploro em meu proveito próprio, sem considerar a sua dignidade, beleza e grandeza. O que é que a criação de Deus significa para mim: algo que eu posso explorar de forma egoísta, ou algo que Deus ofereceu a todos os homens e mulheres e que eu devo respeitar e guardar com amor?



Fonte: © Sacerdotes do Coração de Jesus - Dehonianos
Fraternidade Nossa Senhora da Apresentação.
Irineu Maciel de Medeiros

quinta-feira, 7 de junho de 2012

CORPUS CHRISTI



A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a bula Transiturus de hoc mundo de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

O papa Urbano IV, na época o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo das visões da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Por solicitação do papa Urbano IV, que, na época, governava a Igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus de hoc mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.

A festa de Corpus Christi foi decretada em 1269.

O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia, na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma, é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: "Este é o meu corpo... isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim". Segundo Santo Agostinho, é um memorial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível.

Corpus Christi é celebrado 60 dias após a Páscoa, podendo cair, assim, entre as datas de 21 de maio e 24 de junho.
MChFM - FRATERNIDADE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO.
Irineu Maciel de Medeiros.



Ressaltando que, em primeiro lugar, o significado de Corpus Christi é “reunir-se na presença do Senhor”, Bento XVI esclarece que “ser cristãos quer dizer reunir-se de todas as partes para estar na presença do único Senhor e se tornar n’Ele uma só coisa”. De acordo com o papa, eucaristia não é fato privado, “reservado a pessoas que se escolhem por afinidade ou amizade”, mas “um culto público, que não tem nada de esotérico, de exclusivo”. O terceiro elemento que constitui a festa celebrada pela Igreja é a adoração. “Ajoelhar-se diante da Eucaristia é profissão de liberdade: quem se inclina a Jesus não pode e não deve prostrar-se diante de nenhum poder terreno, por mais forte que seja”, disse Bento XVI. “Prostramo-nos diante de um Deus que primeiramente se inclinou até o homem, como Bom Samaritano, para socorrê-lo e restituir-lhe a vida, e se ajoelhou diante de nós para lavar nossos pés imundos”, conclui o papa. Segundo o papa, outro aspecto constitutivo de Corpus Christi é o caminhar, expresso na procissão. “Com o dom de si mesmo na Eucaristia, o Senhor Jesus nos livra de nossas ‘paralisias’, faz-nos levantar e nos faz ‘proceder’, faz-nos dar um passo adiante, e depois outro passo, e assim nos coloca no caminho, com a força desse Pão da vida”, afirma o pontífice. “A procissão do Corpus Domini nos ensina que a Eucaristia quer nos livrar de todo abatimento e desconforto, quer nos fazer levantar, para que possamos empreender o caminho com a força que Deus nos dá mediante Jesus Cristo”.
Homilia de Bento XVI na missa do dia 22/05/2008, em Roma, celebrando a festa de Corpus Christi.
Fonte: http://www.dioceseleopoldina.com
MChFM - Irineu maciel.